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Nos dias difíceis da sua existência, procure não se entregar ao pessimismo nem ao lodo do derrotismo, evitando alimentar todo e qualquer sentimento de culpa, que lhe inspirariam o abandono dos seus compromissos, o que seria seu gesto mais infeliz.

Ponha-se de pé, perante quaisquer obstáculos, e seja fiel aos seus labores, aos deveres de aprender, servir e crescer, que o trouxeram novamente ao mundo terrestre.

Se lograr a superação suspirada, nesses dias sombrios para você, terá vencido mais um embate no rol dos muitos combates que compõem a pauta da guerra em que a Terra se encontra engolfada.

Confia na ação e no poder da luz, que o Cristo representa, e siga com entusiasmo para a conquista de si mesmo, guardando-se em equilíbrio, seja qual for ou como for cada um dos seus dias.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Tetraplégicos superando limites






Tetraplégicos superando limites


 

Lesões nas vértebras cervicais, como ocorreu com uma ginasta brasileira Laís Souza, podem paralisar todo o corpo e exigir o uso de aparelho para respirar, mas eles mostram que é possível reconstruir a vida mesmo diante de uma perspectiva tão diferente, vejam alguns casos:

Marcelo Da Cunha: 44 Anos, Designer Gráfico – Recuperou Parte dos Movimentos dos bracos.

Marcelo da Cunha

Eu gostava de Tela da sports, participei Duas Vezes da São Silvestre e era Desenhista Gráfico. Sofri o Acidente EAo 21 Anos EM UM EM UMA Mergulho Cachoeira de SEIS metrôs, no Rio de Janeiro, EM 1991. Caí de Cabeça nenhum banco de Areia e Perdi OS Movimentos na Hora. Fraturei um C5 e C6.

Inicialmente, coloquei Tração E Depois retornei ao Rio de Janeiro, Onde fiquei Sete Meses internado na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR). Cirurgias Fiz, passei Pelo PERÍODO traumático e Fiz fisioterapia, mas Localidade: Não tiva tanta Melhor Como eu imaginava.

Logo DEPOIS da Lesão Perdi de Todos os Movimentos fazer Pescoço parágrafo Baixo. Com o Tratamento, ganhei Movimento de Braço, mas nao tenho Movimentos nn Dedos NEM NA MAO.

Consigo comer e escovar OS Dentes sozinhos, mas Tudo com Objetos adaptados. Localidade: Não Consigo Levantar da cama Sozinho, Dirigir e Toda a Minha Vida E adaptada. Ficar tetraplégico FOI Bastante traumático, principalmente porqué do semper Tive dificuldade Das los Depender PESSOAS, Nao FOI Fácil. Tivemos Opaco reaprender Tudo.

Nos Primeiros Três Anos Veio uma Depressão, Revolta e questionamentos. FOI um Pintura Opaco me ajudou, o Porque o Que Mais me deprimia era Localidade:

Não ter Vida Produtiva ea arte permitiu ISSO. Graças um Tecnología, Hoje eu utilizo Computadores e existem Cadeiras Motorizadas Opaco na Época Localidade:

Não existiam los grande Oferta. Me casei EAo 35 Anos, E Minha Mulher Que me Ajuda los Tudo e tenho UMA Vida sexual normal.

Sou Escritor e palestrante, ISSO TUDO auxilia nd Minha autoestima.

Levo a Vida com Otimismo, Muita Fé e acredito Opaco E Possível ser feliz MESMO COM Todas como limitações. E de suma importância Aceitar como limitações e adaptações, o Porque Localidade:

Não Consigo MESMO Fazer como mesmas Coisas de antes. Leio, escrevo, saio e viajo, tenho UMA Vida Muito Produtiva e faço Exposições.


Lígia Fonseca: 29 anos, Ex- Ginasta – Perdeu todos os movimentos abaixo do pescoço.

Lígia Fonseca

Antes do acidente eu ia para a escola, chegava meio-dia, almoçava e às 14h ia para o Taubaté Tênis Clube.

Eu dava aulas de ginástica artística para as crianças da academia até 18h30.

Em seguida, começavam os treinos que iam até 20h30.

Era bastante cansativo, mas eu amava e ainda amo o que eu fazia.

Eu estava treinando ginástica artística à tarde, porque à noite viajaríamos para Brasília, para uma competição.

Eu estava fazendo um exercício nas paralelas assimétricas e quando fui fazer a saída, minhas mãos escorregaram e eu caí de cabeça. Lesionei a C1, fiquei tetraplégica e respirando através de um marca-passo diafragmático, não vivo sem ele.

Na época, nenhum médico acreditava que eu sobreviveria porque a lesão que eu tive é raríssima e quase todas as pessoas morrem.

A minha sorte foi que Deus quis que eu ficasse aqui por mais um bom tempo.

Tive um resgate rápido e meu ex-técnico ficou fazendo respiração boca a boca em mim por sete minutos seguidos.

Eu não mexo nenhuma parte do meu corpo e não sinto nada do pescoço para baixo.

Tive o melhor tratamento no Hospital Sarah, em Brasília.

Eles preparam os deficientes físicos para viver o melhor possível nas condições em que estamos.

Fizeram um mouse para mim, consigo mexer no computador sozinha e pude me formar em marketing à distância.

Eu tive depressão, tinha vergonha de sair de casa, mas tive ajuda dos médicos e de outros deficientes que se tornaram grandes amigos.

Comecei a pintar por causa de uma grande amiga, a Eliana Zagui, que conheci no Hospital das Clínicas, em São Paulo, ela mora lá. A pintura é tudo na minha vida.

É fazer alguma coisa sem precisar de alguém.

Eu também adoro assistir a quase todos os tipos de esportes e faço fisioterapia.

A gente tem que dar muito valor para a vida, porque de uma hora para outra, você pode perder tudo.

Às vezes dá vontade de sair correndo, mas passa logo.

Deus me deu a oportunidade de ficar com as pessoas que me amam, continuar com meus amigos de verdade e aprender que a gente, para ser feliz, precisa de muito menos coisas.

Precisa de amor e eu sou eternamente grata pela família que eu tenho.

Mara Gabrilli: 45 anos, Deputada Federal- Não move o corpo abaixo do pescoço.

Mara Gabrilli

Eu costumo dizer que “tive a sorte” de sofrer o acidente quando já era formada em publicidade e psicologia.

O acidente aconteceu em agosto de 1994.

Estava voltando de uma viagem de final de semana para o litoral paulista, com meu ex-namorado.

Na volta, na serra entre Ubatuba e Taubaté, o Paulo estava correndo muito. Havíamos brigado e sempre que isso ocorria, ele gostava de acelerar o carro.

Ele perdeu o controle do carro, que rodou na pista e caiu cerca de 20 metros barranco abaixo, capotando.

Eu fiquei presa nas ferragens, com a cabeça para fora do carro.

Sentia uma dor insuportável no pescoço.

Enquanto esperava socorro, eu ainda podia mover os braços.

Depois, os movimentos foram diminuindo.

Quando acordei, horas depois já no hospital, eu já não tinha nenhum tipo de movimento do pescoço para baixo.

Tive fraturas nas vértebras C3 e C4 da coluna, o que me deixou tetraplégica.

Perdi os movimentos do pescoço para baixo.

Nos primeiros dias, fiquei sob observação no hospital Albert Einstein.

Eu já não me mexia e, além disso, também não conseguia falar, pois fui submetida a uma traqueostomia e só conseguia respirar com a ajuda de aparelhos.

Havia risco de continuar assim para sempre.

Eu me comunicava através de uma tabela com letras, na qual alguém ia apontando as letras e eu ia fazendo que “sim” ou “não” com a cabeça, letra a letra, até que fossem formadas palavras e frases.

Um tempo depois, quando eu pude respirar sem aparelho e voltar a falar, senti uma sensação de liberdade muito grande.

E até por isso, acho que o fato de eu não andar mais não pesou tanto.

Após um tempo, quando já tinha condição, fui transferida para os Estados Unidos.

Primeiro, para um centro de reabilitação em Boston.

Depois, para uma clínica especializada em Pittsburgh, onde fiquei por mais três meses.

Acho que uma das minhas grandes virtudes foi nunca olhar para trás e ficar pensando no que eu perdi após o acidente.

Eu sempre batalhei para melhorar.

Não deixei de viver após o acidente.

Fundei uma ONG, continuei a trabalhar, malho todos os dias, vou a festas, gosto de namorar, fui secretária da prefeitura em São Paulo, consegui me eleger vereadora e deputada federal.

Tenho minha cadeira, que me leva para cima e para baixo, e que é flexível, podendo me deixar em pé quando eu quiser.

Na Câmara dos Deputados, como não mexo as mãos, utilizo um sistema pelo qual posso votar através da leitura facial.

Sou a maior prova de que ninguém faz nada sozinho.

Como não tenho movimento de nada abaixo do pescoço, conto com uma cuidadora 24 horas ao meu lado, para me auxiliar em todas as atividades que faço, desde empurrar minha cadeira até tomar banho.

Aline Fabiane de Oliveira: 28 anos – Teve um tumor na coluna e na cirurgia perdeu os movimentos abaixo do pescoço.

Aline Fabiane

Desde os meus 10 anos eu sentia dores na região do pescoço e ao longo do tempo fui atrás de médicos.

Minha vida era normal, eu saía, viajava, namorava, trabalhava.

No final de 2005, comecei a ter atrasos na menstruação, infecção urinária, e a dor aumentou, tomava relaxante muscular todo dia.

Em 2006, quando eu estava com 21 anos, comecei a ter déficit motor, de manhã meus braços e pernas formigavam.

Fiz ressonância e descobri um tumor nas vértebras cervicais.

Como podia passar para a lombar e comprometer a parte respiratória, fui operar.

O tumor pegava da C1 a C6 e o médico disse que era um milagre eu estar viva.

Fui para cirurgia sabendo do risco de perder os movimentos.

Conforme os médicos tentavam retirar o tumor, a medula ia junto, cheguei a quase morrer, e só conseguiram retirar um pedaço de 1,5 cm do tumor para biopsia.

Fiquei cerca de 20 dias em coma induzido, foram cerca de dois meses de hospital.

Depois da cirurgia saí sem movimentos do pescoço para baixo.

Faço exames de imagem a cada um ano para acompanhar, ele não cresceu, apenas tomou outro formato.

É um tumor benigno raro que demora a crescer.

Faço fisioterapia três vezes por semana em casa.

Preciso de ajuda para tudo: alimentação, higiene pessoal e troca de roupas.

Mexo no computador por um programa que foca no meu rosto.

Agora tenho um pouco de movimento no braço esquerdo.

Desde que acordei e tive consciência do que aconteceu comigo não chorei, não fiquei revoltada e pensei ‘é o que tem para hoje’.

Nunca fui de lamentar.

O primeiro ano é difícil, mas tenho minha vida normal dentro das limitações.

Vou para estádio de futebol, saio, vou ao teatro e a shows.

Você pode, sim, ter uma vida como qualquer outra pessoa e ser feliz.

Se precisar de ajuda para algo, e daí?


Denise Ferreira – autora do blog Vou de Saia



Fonte: Terra











domingo, 13 de dezembro de 2015

Escaras um pesadelo no cotidiano das pessoas com deficiência motora



Escaras: um pesadelo no cotidiano das pessoas com deficiência motora





Escaras: um pesadelo no cotidiano das pessoas com deficiência motora” do doutor em enfermagem Wiliam César Alves Machado*.

Nesse estudo, Dr. Machado explica o que são escaras, medidas de prevenção e curativos.



Considerações iniciais


A ESCARA ou ÚLCERA DE DECÚBITOS decorre da compressão e a consequente falta de oxigenação e nutrição dos tecidos (pele, mucosas e tecidos subjacentes), quando uma pessoa com diminuição da mobilidade permanece na mesma posição por longos períodos, como os portadores de lesões neurológicas, por exemplo.

É importante que se considere o oxigênio e nutrientes transportados pela corrente sanguínea, como elementos imprescindíveis para a preservação da integridade cutânea e dos tecidos subjacentes, sem os quais a incidência de escaras torna-se risco potencialmente maior, particularmente quando comprimida área corporal próxima de proeminências ósseas.

Frequentemente, por falta de observação e/ou o cuidado de se oferecer ajuda para mudar de posição ou, ainda nos casos de perdas significativas do nível de consciência (confusão mental, agitação psicomotora, etc), a imobilidade aumenta os riscos de se desenvolver processo de necrose do tipo escaras. 

Dentre os vários fatores de risco para o desenvolvimento de escaras de decúbito, poderíamos destacar a limitação dos movimentos ativos, estados nutricionais debilitados, nível de consciência comprometido, perda da sensibilidade tátil e/ou térmica, estresse, etc., além da falta de atenção e cuidado daqueles encarregados de ajudar a pessoa nas mudanças de decúbitos, seja no âmbito do atendimento institucionalizado (hospitalar), seja em nível domiciliário.

Os primeiros sinais aparecem na forma de áreas hiperemiadas (avermelhadas), localizadas próximas de grandes proeminências ósseas, como na região sacro-coccígea (final da coluna – muito freqüente), calcâneos, joelhos, escápulas, nádegas, lateral da coxa, dentre outras.

Por isso, recomenda-se friccionar bem as regiões avermelhadas com creme hidratante e/ou anti-séptico até que a coloração da pele retome o aspecto normal, visando estimular a circulação de sangue e, consequentemente, a oxigenação e nutrição da área.


O quadro de compressão das áreas corporais é altamente dolorido para as pessoas que preservaram a sensibilidade (frequentemente portadores de lesão cerebral), o que para aqueles que perderam a sensibilidade tátil e térmica (portadores de lesão medular) pode representar maior risco de o processo progredir e culminar com a formação de feridas (escaras), em decorrência de se permanecer numa posição por longo período sem perceber que a área de atrito está sendo altamente comprometida.

Por isso, recomenda-se aos paraplégicos e demais usuários de cadeira de rodas o movimento de elevação do acento da cadeira de 4 em 4 horas, por cerca de 3 minutos, visando a revascularização da área comprimida.


No que tange à falta de força muscular e à limitação de movimento dos tetraplégicos, ajuda se faz necessária para que as áreas de atrito com o assento da cadeira sejam revascularizadas, em período de 4 em 4 horas, em média.

Por outro lado, aqueles que preservaram a sensibilidade, ainda que estejam impossibilitados de se expressar verbalmente, anseiam que alguém tome a iniciativa de aliviar seu sofrimento calado.

Na fase aguda, ou seja, os primeiros 14 dias pós-acidente, lembro muito bem o quanto me sentia angustiado em não poder me comunicar verbalmente com meus prestadores de cuidados e pedir que me trocassem de posição no leito, enquanto todo meu corpo mais parecia pesar algumas toneladas com a sensação de que as costas, calcâneos e a bunda estivessem em chamas.

Da mesma forma, nos longos e sofridos primeiros 90 dias, já internado numa instituição especializada em reabilitação, quando ainda era tetraplégico e dependia da boa vontade e rara disposição de algum membro da equipe de enfermagem em se prontificar a aliviar o desconforto causado pela excessiva ardência nas nádegas e dorso das coxas (Machado 1999).

Exato por isso, todo cuidado é pouco, visto que a isquemia tecidual (ausência de sangue localizada ou uma grande redução de fluxo sanguíneo) progride muito rapidamente para um aspecto cianosado (roxo) e a formação de bolha que se rompe facilmente.

Enfim, uma escara pode aparecer em poucos dias, mas para cicatrizar leva muitos e muitos outros, além de muito sofrimento.


Felizmente, não foi o que aconteceu comigo, dado que meus prestadores de cuidados, na fase aguda de minha lesão cerebral, estiveram atentos às sistemáticas mudanças de decúbitos de 2 em 2 horas, enquanto estive internado num hospital geral.

Atendimento que se estendeu na fase de reabilitação, embora com menor frequência, dada força da política e filosofia institucional.

Por outro lado, pude acompanhar de perto a evolução assustadora e os danos que uma escara pode trazer para os paraplégicos com lesão medular que compartilhavam comigo o mesmo espaço na enfermaria.

Como eles haviam perdido a sensibilidade tátil e térmica, eram poupados da dor física, embora alegassem um tipo de dor algo subjetiva, que transcende a realidade tangível – a dor de não sentir o próprio corpo (Machado 2000).


Medidas e Prevenção


Machado ressalta que as pessoas de pele escura e/ou negra devem atentar para as seguintes características da pele:

a) parece mais escura do que a pele ao redor (arroxeada/tom azulado);


b) pode estar esticada, brilhante ou endurecida e o edema (inchação) pode ocorrer com intensidade de mais de 15 mm de diâmetro;


c) pode apresentar um tom arroxeado/azulado;


d) quando tocada pela primeira vez, a pele apresenta-se morna, se comparada com a pele ao redor, sendo que mais tarde ela tende a se tornar uma área fria – caracterizando sinal de desvitalização do tecido.


No que diz respeito aos portadores de lesões medulares a atenção deve ser redobrada, independentemente da cor da pele pois, como perdem a sensibilidade tátil e térmica, ficam notadamente mais vulneráveis aos processos de escarificações de pele e mucosas por permanecer longos períodos na mesma posição, sem que o corpo dê algum sinal objetivo de desconforto.

Entretanto, faz-se necessário esclarecer que nos casos de lesão medular a limitação de movimentos está na dependência da área ou vértebra lesionada de paraplégicos ou tetraplégicos.

Para os paraplégicos, na fase aguda da lesão, é importante chamar a atenção para o risco de contrair escaras, primeiramente ajudando nas mudanças de decúbitos e/ou orientando para que eles assumam medidas preventivas de longo prazo, tão logo obtenham equilíbrio de tronco e força muscular para desempenhar sozinhos tais funções. Já para os tetraplégicos as medidas preventivas devem receber mais destaque, devido, muitas vezes, à total incapacidade de exercer qualquer força muscular e coordenação/controle de movimentos voluntários, o que requer do prestador de cuidados atenção redobrada na prevenção de escaras com sistemática implementação de mudanças de decúbitos na fase aguda, além de orientar para o autocuidado após alta institucional e acompanhar os progressos funcionais em nível domiciliário.

(Assista o vídeo sobre os cuidados para evitar as escaras).

Os parâmetros usados para avaliar os possíveis riscos de se adquirir escaras são: condição física (boa, média, ruim e muito ruim), estado mental (alerta, apático, confuso, estupor e inconsciente), continência (totalmente controlado, geralmente controlado, mínimo controle e ausência de controle) atividade (ambulante, anda com ajuda, sentado na cadeira e acamado), mobilidade (plena, ligeiramente limitada, muito limitada e imóvel) e estado nutricional (bom, médio e pobre).

Vale a pena acrescentar os seguintes aspectos relativos à pele: cor (pálida, rosada, acinzentada, avermelhada, cianótica, ictérica e outras), umidade (úmida, seca, oleosa e outras), temperatura (fria, fresca, morna e quente), textura (lisa, áspera, fina/transparente, escamosa, com crostas e outras).

Medidas de prevenção: retrato de uma experiência concreta

Investigando a importância do toque como instrumento eficaz na prevenção de escaras FIGUEIREDO, MACHADO e PORTO (1996) observaram que – no decorrer de 150 dias de cuidados de enfermagem em reabilitação para um cliente (inicialmente tetraplégico que evoluiu para paraplégico) -embora a pessoa permanecesse sentada cerca de 10 horas na cadeira de rodas, alternadas com transferências para o tatame no setor de hemiplegia e terapia ocupacional; ficasse na cadeira higiênica por cerca de 1 hora diária (30 minutos para evacuar e 30 para seu banho) e tivesse mobilidade reduzida para as mudanças de decúbitos no leito durante a noite; ainda assim seu corpo não desenvolveu processo de escara.

Tudo resultou da implementação de um sistemático esquema de cuidados nos 90 minutos diários de visita, quando passaram a seguir um ritual de CUIDAR que envolvia toda a dimensão e condição humana dos sujeitos envolvidos a saber: massagear a região glútea, face posterior das coxas, pés e artelhos; escovar os dentes; limpar cada narina; colocar patinho; retirar e despejar o patinho; colocar descongestionante nasal (uma enfermaria insalubre de 6 leitos do SUS); colocar colírio; limpar o rosto com creme; limpar a região pubiana; ajustar almofada de alpiste na região sacra, etc.

É importante acrescentar que a massagem com creme anti-séptico/hidratante, nos 150 dias, consumiu nada menos de 15 litros do produto somados a muito empenho e energia de bem-querer dos prestadores de cuidados.

Não fosse isso, por certo, ele teria adquirido alguma escara.







Comentário:



O titulo deste artigo sobre escaras ou ulceras de decúbito é bem sugestivo; realmente elas são um verdadeiro pesadelo para nós tetraplégicos, de difícil cicatrização, num processo longo e gradativo de cura, além do incomodo ao sentar na cadeira de rodas.

Falo isso porque após o meu acidente que me deixou tetraplégico adquiri no hospital escaras na região sacra, glútea, na panturrilha e no calcâneo com as quais luto há muito tempo na sua cicatrização.

Devido a sua localização elas me limitam a ficar mais deitado que sentado, necessito da utilização de almofada quadrada d'água na cadeira de rodas para sentar assim não faço pressão sobre as escaras da região sacra e glútea, além de aliviar as dores.

Falei que é de difícil cicatrização porque quando fico deitado elas dão uma melhora impressionante mas ao sentar começa reabrir novamente; já tentei até cirurgia plástica fazendo enxerto de pele, mas não funcionou foi eu sentar na cadeira de rodas para que estas reabrissem novamente.

É uma luta difícil, mas parece que com os curativos que estou utilizando atualmente vou conseguir fazer com que elas cicatrizem; venho com esse processo já a alguns meses e com acompanhamento médico e da enfermagem e já vejo uma luz no fim do túnel.

Outra dificuldade que eu encontro e acho que também outras pessoas na mesma situação que a minha é o auto custo dos medicamentos que realmente promovem a cicatrização das escaras; porque nem todas pessoas tem condições financeiras para adquiri-los infelizmente.

Por outro lado tais medicamentos não constam na relação da rede pública de saúde, com isso aqueles que tem uma condição financeira precária fica a mercê da sorte infelizmente, sem uma assistência adequada.

No meu ponto de vista as autoridades deveriam analisar e criar programas incentivando preços mais acessíveis a esses medicamentos e a distribuição pelo SUS desses medicamentos.

Espero que este artigo possa ser produtivos para as pessoas que o lerem, fico feliz em poder compartilhar com vocês meus amigos.



Um abraço a todos.














quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O palestrante tetraplégico


Olá, amados leitores e leitoras.

Um ótimo dia se você lê de dia.

Uma ótima noite se você lê de noite.

Eu sou Jack Sulivan, o palestrante tetraplégico, e trago uma alegria imensa dentro de mim que quero compartilhar com todos vocês.

Sempre me perguntam:

Sulivan, você não se importa de ser chamado de palestrante tetraplégico?

E eu sempre respondo: me incomodo muito mais pelo “palestrante” do que pelo “tetraplégico”!

Podem me chamar como queiram: tetraplégico, aleijado, bela adormecida, vegetal!

Diga-se de passagem, eu amo vegetais.

O que importa não é o que sai da sua boca,mas o que eu sou de verdade no meu interior.

Se vocês estão aí pensando que estou parado, só porque estou aqui numa cama, digitando com a boca,  saibam que por dentro eu danço nos musicais da Broadway.

Não é que eu tenha sido sempre feliz.

Não!

Nem sempre foi assim.

Não ache que eu sou superior ou um arrogante.

Já tive meus momentos de tristeza.

Logo depois que sofri o acidente, fiquei um fim de semana imenso na mais profunda depressão.

Antes de tudo, eu não era uma pessoa feliz e, logo após o acidente, parecia que tudo ia piorar na minha vida.

Porém, na primeira segunda-feira após o episódio que transformou minha existência, mudei o canal da TV e vi o final de um filme que até hoje não descobri qual é, em que Jesus humilhado, preso à cruz, no seu momento mais difícil, cantava junto com outros crucificados: “olhe sempre o lado bom da vida”!

São estes versos que trago em minha mente e em meu coração até hoje.

As pessoas gostam sempre de me perguntar: “mas há lado bom em ser tetraplégico?”

E eu encho a minha boca de orgulho para dizer: “mas é claro!!!”

E nesse momento de minhas palestras uso a varetinha que trago na boca para clicar na setinha “avançar” do teclado e exibir um slide com gifs que ilustram as dez maiores vantagens em ser tetraplégico.

Ah, abro parênteses.

Certa vez procurei um designer para me ajudar e ele falou:

Sulivan não é correto usar gifs animados em uma apresentação”.

E eu falei:

se você não tivesse seus movimentos, meu caro rapaz, não negaria movimento a um gif.

Seja animado como ele.

Xô, pessimismo!”

Repita comigo mentalmente, leitores:

Xô pessimismo!!!

Mais forte e mais alto:

Xô pessimismooo!!!

Fecho parênteses.

Abaixo os itens da minha palestra: as dez maiores vantagens em ser tetraplégico:

1 – Nunca fico em pé esperando numa fila.

2 – Quando meus amigos me chamam pra ir a algum programa que não quero, simplesmente digo: acho que vai ser meio difícil ir hoje e eles são absurdamente compreensíveis.

3 – Nunca dou topada em quinas.

4 – Nunca preciso dançar Macarena em casamentos e outras festas familiares.

5 – Quando conheço uma nova pessoa, nunca fico em dúvida se devo dar beijinhos ou um aperto de mão.

6 – Posso trabalhar deitado.

7 – Ninguém me enche o saco pra eu frequentar uma academia.

8 – Nunca preciso voltar a pé pra casa.

9 – Não me canso subindo escadas.

10 – Minhas namoradas nunca se queixaram de não receber café na cama.

Talvez você esteja pensando:

Nossa, como é bom ser tetraplégico!”

Tudo isto é uma questão de ponto de vista e estado mental.

Eu sou mentalmente preparado para este desafio da vida, mas, diariamente, tenho que enfrentar também minhas frustrações e desvantagens.

Nunca correrei uma maratona, por exemplo. Logo as maratonas que sempre me pareceram tão divertidas!

Isto será um problema com o qual terei que conviver.

Mas não me abato.

Diante de cada obstáculo, diante de cada desafio, diante de cada problema, sempre podemos optar por ver o lado ruim deles ou o lado bom.

Acredite, se temos um estado mental negativo, tudo pode ser negativo.

Se temos um estado mental positivo, tudo pode ser positivo.

Por isto, olhem sempre para o lado bom da vida e sigam meu exemplo: estou saltitando de alegria neste momento, pois o que importa é o que está aqui dentro e não do lado de fora.

Uma salva de palmas mental para todos vocês!

Muitíssimo obrigado!



Fonte – www.minutodesilencio.com





Onde moram nossos sonhos



Onde as pessoas guardam seus sonhos?

Onde cada um deposita seus sonhos, desejos e planos futuros?

Não há quem não tenha os seus sonhos guardados, alimentados com o tempero dos desejos futuros, da realização daquilo que elegeu como importante e significativo.

E, nessas opções por aquilo que é significativo, está a busca pela felicidade, que todos trazem na alma.

Assim, resta entender o que se tornou significativo e importante para cada um de nós ao longo da vida.

Ao conseguir responder esta pergunta, se saberá onde se tem guardados os sonhos futuros, os planos a se realizarem, o caminho para a felicidade.

Há aqueles que sonham em ganhar uma grande soma em dinheiro, imaginando aí a possibilidade de não precisar mais trabalhar e viver a vida a usufruir prazeres que o dinheiro possibilita.

Então serão felizes.

Para esses é necessário perguntar se vale a pena sonhar com o dia de parar de trabalhar.

Ou se melhor seria buscar o trabalho que lhes permita sonhar.

Outros sonham em poder comprar tudo que desejam.

São aqueles que investem seus planos futuros na possibilidade de consumir, imaginando assim suprir seus desejos de realização íntima, sua construção da felicidade.

A esses, melhor seria perguntar se a felicidade realmente combina com o ter e o consumir.

Vê-se que, após realizado o desejo de consumo, após comprado o objeto dos sonhos, novamente lançam outro sonho e objetivo de compra, andando sempre em busca de uma felicidade que não se completa.

Outros mais tentam construir sua felicidade na realização do sonho alheio, daquilo que a sociedade, o parente, o vizinho ou a televisão diga que é importante ou é de valor.

São aqueles que escolhem o emprego pelo status social ou pelo salário.

Casam-se pelas conveniências sociais ou pela beleza física para, logo mais, perceberem ser efêmeras essas opções, que se dissolvem rapidamente no tempo.

O médico e escritor Roberto Shinyashiki conta que, quando trabalhou com doentes terminais, sempre procurava conversar com eles na hora da morte.

E, para sua surpresa, a maior parte deles implorava ao médico para não deixá-los morrer, pois se haviam sacrificado a vida inteira e agora desejavam ser felizes.

Foi aí que o médico percebeu que a felicidade é feita de pequenas coisas, pois, conclui ele, ninguém, na hora da morte se arrepende por não ter aplicado o dinheiro em imóveis.

Constatamos pois que a felicidade não será a realização de um sonho, mas, mais importante do que isso, a felicidade se constituirá das opções que se faça e dos sonhos que se escolha para sonhar.


A felicidade será sempre o caminhar, o estado de espírito que se escolher e as estradas que se eleger para transitar ao longo da vida.



Momento Espírita, com base em entrevista de Roberto Shyniashiki, publicada na revista Isto é, número 1.879, de 19.10.2005. Em 17.09.2010.



Comentario

Eu estava pesquisando na internet hoje algum tema que pudesse ser interessante para uma postagem no blog.

Aí em um dos sites que pesquisava encontrei esse texto de um palestrante motivacional que veio me chamar a atenção, porque se tratava de um palestrante tetraplégico.

O que me chamou a atenção foi o seu bom humor em lidar com os deboches, colocando-se acima destes com muita inteligência e bom humor.

Além de mostrar muita sabedoria no convívio com as suas limitações, que mesmo com limitações tem condições e inteligência para ensinar algo de bom para as pessoas.

Infelizmente ainda existe um certo preconceito com as deficiências pela nossa sociedade como se fosse uma doença contagiosa e não um estado físico.

A sociedade não se encontra preparada para a aceitação e nem a inclusão em seu meio da deficiências, é onde se espantam quando algum deficiente se sobressai em alguma área.

O que não entendem é que a inteligência independe do estado físico de quaquer pessoa; e mesmo sendo diferente pode contribuir muito com o progresso e evolução da sociedade.



Por isso quero compartilhar este texto com vocês meus amigos, espero que gostem!

Um abraço a todos.