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Nos dias difíceis da sua existência, procure não se entregar ao pessimismo nem ao lodo do derrotismo, evitando alimentar todo e qualquer sentimento de culpa, que lhe inspirariam o abandono dos seus compromissos, o que seria seu gesto mais infeliz.

Ponha-se de pé, perante quaisquer obstáculos, e seja fiel aos seus labores, aos deveres de aprender, servir e crescer, que o trouxeram novamente ao mundo terrestre.

Se lograr a superação suspirada, nesses dias sombrios para você, terá vencido mais um embate no rol dos muitos combates que compõem a pauta da guerra em que a Terra se encontra engolfada.

Confia na ação e no poder da luz, que o Cristo representa, e siga com entusiasmo para a conquista de si mesmo, guardando-se em equilíbrio, seja qual for ou como for cada um dos seus dias.

sábado, 28 de novembro de 2015

Isenções na compra de carros 0 km.


Isenções na compra de carros 0 km






Isenções na compra de carros 0 km.


Depois de receber um folheto sobre isenção de impostos na compra de carro 0 km resolvi fazer um post a respeito deste assunto porque as experiências falam mais alto do que a teoria.

Isso porque minha mãe, que recebeu o folheto e me deu, fez o comentário:

Se é por isso me encaixo em varias situações...

Realmente, a lista de deficiências e doenças que aparecem no folheto são muitas vezes parte da vida das pessoas e elas não sabem que têm este direito ou ás vezes acham que o tem e não conseguem o benefício. Isso acontece por dois principais motivos:

1 - Caso a pessoa tenha uma artrite reumatoide, artrose ou qualquer outra doença que possa gerar uma dificuldade de locomoção, diminuição de força ou de movimentos que são essenciais para levar uma vida normal, ela realmente é considerada uma pessoa com deficiência; mas se o caso não limita a vida desta pessoa ela não é considerada Pessoa com Deficiência;


O DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004.

Fala sobre o que é considerado uma deficiência:

I - deficiência física:

Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções;


II - deficiência visual:

Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores;


III - deficiência mental:

Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas.

Assim, mesmo a minha própria mãe que tem artrite e artrose e, além disso, tem problemas de coluna, estas alterações não comprometem a função física dela e não geram maiores dificuldades no desempenho de suas funções diárias, e por isso ela  não teria direito às isenções.



2 - Além de a pessoa ter de apresentar uma das características acima, ou de uma das da lista abaixo, a pessoa terá de fazer seu exame médico de rotina na renovação da carteira de motorista ou na requisição de uma para quem começará a dirigir, ela não pode ser aprovada no exame e deverá passar por uma junta médica do Detran que dirá se ela realmente te direito á isenção e até mesmo a possuir ou não uma habilitação.

Aqui é que mora a maior dor de cabeça!

Isso porque o exame é feito de forma muito superficial, somente com laudos de médicos do SUS e exames, assim o resultado pode depender muito da boa vontade desta junta médica.

Conheço histórias de pessoas com deficiência que tiveram seu direito de dirigir negado por uma junta e permitido por outra;

Pessoas com próteses de fêmur e mobilidade reduzida com isenção negada e assim por diante.

Portanto, se você tem alguma das características que se enquadrem nos casos aqui citados, podem e devem buscar seus direitos, mas com a ciência de que o caminho pode ser cheio de obstáculos...


Existe uma questão que seria assunto para um único post:


DEFICIÊNCIA AUDITIVA!

Sim, as pessoas com deficiência auditiva não aparecem na lei que contempla a isenção de impostos na compra de carro, mas isto já está sendo mudado, hoje as pessoas que tem entrado com ações judiciais têm ganhado este direito!

É triste que tenha que ser assim, mas somente lutando é que conseguiremos que haja uma mudança na sociedade.

Segue a lista de quem tem direito à isenção de impostos que está no folheto da concessionária que recebi:

Amputações

Artrite reumatoide

Artrose

AVC

AVE (Acidente Vascular Enfático)

Autismo

Alguns tipos de câncer

Doenças degenerativas

Deficiência visual

Deficiência mental (severa ou profunda)

Doenças neurológicas

Encurtamento de membros ou más formações

Esclerose múltipla

Escoliose acentuada

LER (lesão por esforço repetitivo)

Linfomas

Lesões com sequelas físicas

Manguito rotator

Mastectomia (retirada da mama)

Nanismo (baixa estatura)

Neuropatias diabéticas

Paralisia

Paraplegia

Mal de Parkinson

Poliomielite

Próteses internas e externas: joelho, quadril, coluna etc.

Problemas na coluna

Quadrantomia (relacionada a câncer de mama)

Insuficiência renal crônica com uso de fístula

Síndrome de túnel do carpo

Talidomida

Tendinite crônica

Tetraparesia

Tetraplegia.



Fonte – cadeirantes life








Vagas para pessoas com deficiência.


A Lei Federal nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida no Capitulo II, o qual trata dos elementos da urbanização, em seu artigo Art. 7o Diz que:
Em todas as áreas de estacionamento de veículos, localizadas em vias ou em espaços públicos, deverão ser reservadas vagas próximas dos acessos de circulação de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas portadoras de deficiência com dificuldade de locomoção.

Parágrafo único.

As vagas a que se refere o capitulo deste artigo deverão ser em número equivalente a dois por cento do total, garantida, no mínimo, uma vaga, devidamente sinalizada e com as especificações técnicas de desenho e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes.

Esta lei foi regulamentada no Decreto n° 5.296, de 02 de dezembro de 2004 e em 2008 o CONTRAN, na Resolução 304, cria o cartão de estacionamento utilizado hoje no Brasil com validade em todo o território nacional e que pode ser requerido na secretaria de transito da sua cidade e assim garantido seu direito.

Infelizmente no Brasil e no mundo ainda há o desrespeito por estas regras e leis, as pessoas que não tem nenhuma deficiência aparente que de direito ao uso destas vagas muitas vezes se acham no direito de usa-las por somente “5 minutos“.

Cada dia mais tem se visto campanhas de conscientização para o uso correto das vagas especiais que são fundamentais pra quem as precisa.

Na Russia 30% das pessoas estacionam nestas vagas sem o devido direito e uma instituição privada montou uma interessante campanha de conscientização. Vale a pena assistir o vídeo!! Entre no link abaixo e descubra como se deu esta campanha!

Veja abaixo:



Fonte – cadeirantes life









sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Ai, Ai exemplo de superação....... eu???






Ai, Ai exemplo de superação...... eu??? 


Pessoas, entendam o seguinte: me chamar de “exemplo de superação” não é um elogio.

É exatamente a mesma coisa que me chamar de “coitada”.

Ser chamado de coitado é elogio pra você?

Eu sou uma pessoa como qualquer outra.

Apenas tive uma limitação que a maioria das pessoas não tem, especificamente. Isso não significa que sou a única pessoa do universo a ter limitações.

Se você descer desse pedestal que subiu pra olhar a minha vida, verá que você, mesmo que não tenha deficiência nenhuma, também teve limitações: financeiras, familiares, psicológicas, sociais, de saúde.

Se não teve, também não significa que jamais terá…

Eu só vivi a vida, assim como você.

Houve adaptações que precisei fazer.

Você também deve ter tido, dependendo da situação.

Houve coisas que não pude fazer.

E você também não deve ter podido fazer tudo o que gostaria.

Eu não sou um exemplo para ninguém e não superei nada, só continuei vivendo.

O contrário disso seria dar um tiro na cabeça, mas suicídio não é algo que considero louvável a ponto de ser uma alternativa considerável.

Você considera?

Então, em vez de me achar uma coitadinha que superou os problemas da vida, me veja como alguém que sempre foi feliz e que continua feliz.

Só isso!

O resto dos seus pensamentos superiores, guarde pra você.

Ninguém precisa saber que você tem necessidade de olhar para alguém que considera inferior para se sentir bem consigo mesmo.

Isso é muito triste!

O que incomoda é justamente o que esse rótulo virou.

E vamos combinar?

É dito pra qualquer um que tenha deficiência.

Pouco importa se o cara está atravessando a rua ou ganhando um prêmio Nobel.

Tem deficiência e não morreu?

Exemplo de superação.

A pessoa não te conhece, nem tem ideia da sua história, mas te fala “nossa, que exemplo de superação”.

Isso que cansa.

Ok, tem gente que supera mesmo.

Mas tem muitas que, como eu, só continuaram vivendo.

E aí?

Todo mundo exemplar?


(Lak Lobato)




Fonte – Deficiente Sim, Superar Sempre





Ante o sofrimento


Quando as dores nos cheguem com intensidade maior e a soma das dificuldades nos parecer insuperável, acolhamo-nos em prece.

Alcemos o pensamento a Jesus, Médico e Amigo, e roguemos novas forças a fim de que não venhamos a soçobrar, a meio do caminho.

Recordemos que, antes de nós, milhares de criaturas vivenciaram problemáticas mais ou menos dolorosas que as que nos acometem.

E venceram.

Venceram as dores, venceram os problemas, agigantaram-se na vitória.

Lembremos, ao demais, que outras tantas milhares de criaturas vivem hoje dramas de maior complexidade que os nossos.

E prosseguem, embora quase a desfalecer.

São os que se encontram muito abaixo da linha da pobreza, a quem falta o pão que lhes possa garantir a subsistência.

Alguns deles, pais e mães que, além da sua fome, têm a alma transpassada pelos lamentos dos filhos que lhes pedem algo com que saciar o estômago.

Mães que, ante a própria desnutrição, ouvem seus bebês chorarem pelos seios secos que lhes ofertam.

Pessoas que sofrem a perda de todos os bens materiais, levados pela força da natureza, que se rebela em terremotos, tsunamis, enchentes e deslizamentos.

Doentes terminais ante dores excruciantes que almejariam pudessem cessar e, no entanto, eis que elas não os abandonam, nem se mostram propensas a diminuírem.

Talvez pensemos que cada qual sabe de sua própria dor.

E é verdade.

No entanto, devemos lembrar que a ninguém é concedido fardo maior do que aquele que possa suportar.

E, ao demais, como somos ovelhas do aprisco do Celeste Pastor, Ele nos assegurou que, com Ele, todo jugo é suave e todo fardo é leve.

Por isso, a oração se faz de importância, colocando-nos em disposição de receber suas bênçãos de amor.

Assim fortalecidos, disponhamo-nos a vencer as batalhas que se nos apresentem, uma a uma.

Formulemos o propósito de dar um passo a vez, não desejando tudo resolver em uma única empreitada.

E, pensando no dia de tantas horas, idealizemos vencer a primeira hora, depois a segunda, até que o dia se complete.

E, quando nos prepararmos para o repouso físico, esgotadas as horas do trabalho profissional, das tarefas do lar, do estudo, agradeçamos ao Mestre a etapa vencida.

Amanhã, será um novo dia.



Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação em a fé no futuro, em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens.

Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor.

Foi isso que levou Jesus a dizer:"Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que eu vos aliviarei."

Seu jugo é a observância dessa lei.

Mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.




Momento Espírita com pensamentos finais do item 2, do cap. VI, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb. Em 15/09/2011.





Comentário



Após a postagem acima resolvi colocar esta mensagem com o titulo de “Ante o sofrimento” para que todos possam entender como as pessoas reagem as adversidades, quando esta lhe batem a porta.

E na realidade agimos como na mensagem acima, não nos conformamos com as dificuldades que enfrentamos isso em todos os sentido como financeira, doenças grave, deficiências e outras tais......

Olhamos para a nossa situação atual com um pessimismo tal que a achamos insuperável e a transformamos num monstro de enormes proporções, onde achamos difícil poder enfrentá-lo, mais difícil ainda poder superar.

Tudo isso porque já tínhamos uma vida toda estruturada e construida sobre um alicerce sólido, isto é, um alicerce que achamos sólido de repente este começa se partir e desmorona totalmente.

Por mais forte que sejamos sofremos com o choque por um bom tempo, nos decepcionamos contudo e com todos, como se fossem culpados pela nossa situação atual.

Mas não nos conscientizamos de que tal situação esteja acontecendo por nossa própria imprevidência e imprudência sendo assim nos mesmos os culpados por tal situação; admitir os nossos erros é muito difícil, mais fácil é culpar segundos e terceiros, do que a nós mesmos.

Em nossas vidas tudo que acontece em relação a nós existe um porque nada mas nada mesmo a acontece por acaso; porque na realidade o acaso não existe para tudo tem um porque?

A primeira coisa que devemos fazer é agradecer a Deus por estarmos vivos e por Ele nos ter dado uma segunda chance, se nos deu mais uma chance é porque acredita no nosso poder de superar as adversidades.

Então vamos nos agarrarmos a isso deixando o homem velho para trás e de agora em diante nos tornarmos num novo homem.

Todo recomeço não deixa de ser assustador e nada fácil, por não sabermos os caminhos pelos quais iremos caminhar e o que enfrentaremos pela frente nessa nova vida que iremos construir.

Onde tudo dependerá de cada um de nós, nos acomodamos como no depoimento acima vendo a vida passar ou vamos a luta; e assim enfrentarmos a situação com muita força de vontade, coragem, perseverança, disciplina, fé, trabalho e muito esforço para que superemos a nós mesmos.

Sim, haverá certos momentos que o cansaço vai nos querer fazer desistir, por ser um processo que não acontece da noite para o dia, mas de longo prazo gradativamente para se ver resultados; por isso não deixemos nos abater e desistir jamais, continuar sempre.

Assim mais adiante iremos ver que estamos progredindo e aprendendo conviver com nossas limitações gradativamente e a executar tarefas que achavam ser impossíveis novamente em nossas vidas.

Pensem nisso!



Agora longe de mim criticar aqueles que pensam como no depoimento acima cada um de nós tem o direito de pensar e agir livremente conforme lhe for conveniente.




Um abraço a todos.









sábado, 7 de novembro de 2015

Eu não sou sua inspiração. muito obrigada.


 

Eu não sou sua inspiração, muito obrigada.



Essa é uma palestra da Stella Young onde ela fala um pouco sobre o que é ser uma pessoa com deficiência,

Para muitos de nós, as pessoas com deficiência não são nossos professores, ou nossos médicos, ou manicures.

Nós não somos pessoas reais.

Nós estamos lá para inspirar.”

Vemos na mídia as pessoas com deficiência retratadas como coitadinhas, vítima sofredoras…. ou como grandes esportistas que superam suas limitações dando exemplo de força, de determinação e coragem.

Quando as pessoas dizem:

Você é uma inspiração” elas o fazem como um elogio.

E eu sei o porquê disso.

É por causa da mentira, é porque venderam-nos essa mentira, de que a deficiência torna você excepcional.”

As pessoas com deficiência não podem ser vistas como heróis ou exemplos, por apenas estarem vivendo da melhor forma possível dentro da sua realidade.

Apenas usam toda a capacidade do seu corpo pra realizar as tarefas da forma que for possível.”

Eu realmente acredito que essa mentira que nos venderam a respeito da deficiência é uma grande injustiça.

Ela torna a vida difícil para a gente.”

A deficiência não torna você excepcional, mas questionar-se sobre o que você acha que sabe sobre isso o faz.”


Eu cresci em uma pequena cidade do interior em Vitória, Austrália.

Eu tive um tipo de educação muito normal e discreto.

Eu ia à escola, saía com meus amigos, brigava com minhas irmãs mais novas.

Foi tudo muito normal.

E quando eu tinha 15 anos, um membro da minha comunidade aproximou-se dos meus pais e quis me nomear para um prêmio comunitário de realizações.

E meus pais disseram, “Hum, isso é muito legal, mas parece que há um problema evidente aqui.

Não há nada que ela tenha de fato realizado.” (Risos)

E eles estavam certos, sabe.

Eu fui à escola, tirei boas notas, após a escola, eu consegui um trabalho modesto no salão de beleza da minha mãe, e eu passava a maior parte do tempo assistindo a “Buffy, a Caça Vampiros” e a “Dawson’s Creek”.

É, eu sei.

Que contradição.

Mas eles estavam certos, sabe.

Eu não estava mesmo fazendo nada que fosse fora do comum.

Eu não estava fazendo nada que pudesse ser considerado uma realização, se você deixar a deficiência fora da equação.

Anos mais tarde, eu estava no meu segundo ano de ensino em uma escola em Melbourne, e, após 20 minutos de aula para uma turma do 11º ano de Direito, quando um rapaz levantou a mão e disse:

Ei, senhorita, quando você vai começar a fazer o seu discurso?”

E eu disse:

Que discurso?”

Sabe, eu estava falando com eles sobre a lei de difamação, por uns bons 20 minutos.

E ele disse:

Você sabe, tipo,seu discurso motivacional.

Sabe, quando as pessoas em cadeiras de rodas vão para a escola, eles costumam dizer, tipo, aquelas coisas inspiradoras?”.(Risos)

Geralmente fica no salão maior.”

E foi aí que me dei conta: esse garoto só tinha visto as pessoas com deficiência como objetos de inspiração.

Para esse garoto, nós não somos, e a culpa não é dele, quer dizer, isso é verdade para muitos de nós.

Para muitos de nós, as pessoas com deficiência não são nossos professores, ou nossos médicos, ou manicures.

Nós não somos pessoas reais.

Nós estamos lá para inspirar.

E de fato, eu estou sentada neste palco, da forma como vocês estão vendo, nessa cadeira de rodas, e, provavelmente, vocês meio que estão esperando que eu inspire vocês.

Certo?

(Risos) É.

Bem, senhoras e senhores, sinto muito, mas vou desapontá-los dramaticamente.

Eu não estou aqui para inspirá-los.

Estou aqui para dizer-lhes que temos sido enganados a respeito da deficiência.

É, venderam-nos a mentira de que deficiência é uma Coisa Ruim, com C maiúsculo e R maiúsculo.

Que é uma coisa ruim, e que viver com uma deficiência torna você excepcional.]

Isso não é uma coisa ruim, e não torna você excepcional.

E nos últimos anos, nós fomos capazes de propagar essa mentira ainda mais através das mídias sociais.

Vocês já devem ter visto imagens como esta:

A única deficiência na vida, é ter uma atitude ruim.”

Ou esta:

Sua desculpa é inválida”.

De fato é.

Ou esta:

Antes de desistir, tente!”

Estes são apenas alguns exemplos, mas há um monte dessas imagens por aí.

Sabem, vocês devem ter visto aquela, de uma garotinha sem as mãos, que desenha segurando um lápis com a boca.

Vocês devem ter visto a de um menino correndo com pernas protéticas de fibra de carbono.

E essas imagens, há um monte delas por aí, e são o que chamamos de “pornô inspirador”.

(Risos)

E eu uso o termo “pornô” deliberadamente, porque eles objetificam um grupo de pessoas em benefício de outro grupo de pessoas.

Neste caso, estamos objetificando as pessoas com deficiência em benefício das pessoas sem deficiência.

O propósito dessas imagens é inspirar você, motivar você,para então podermos olhar para ela se pensar:

Bem, por pior que seja a minha vida, poderia ser pior.

Eu poderia ser aquela pessoa.”

Mas e se você for aquela pessoa?

Eu já perdi a conta do número de vezes em que fui abordada por estranhos querendo me dizer que eles me acham corajosa ou inspiradora, e isso foi muito antes que meu trabalho tivesse qualquer tipo de visibilidade pública.

Eles só estavam meio que me parabenizando por eu conseguir levantar de manhã e lembrar meu próprio nome.

(Risos)

E isso é objetificar.

Essas imagens, aquelas imagem sobjetificam as pessoas deficientes em benefício das pessoas não deficientes.

Elas estão lá para que você possa olhar para elas e pensar que as coisas não são tão ruins para você, para colocar suas preocupações em perspectiva.

E a vida de uma pessoa deficiente é realmente um tanto difícil.

Nós temos que superar algumas coisas.

Mas as coisas que nós superamos não são as coisas que vocês pensam.

Não são coisas que fazemos com o corpo.

Uso o termo “pessoas com deficiência” de propósito, porque eu concordo com o chamado modelo social da deficiência, que nos diz que estamos mais desabilitados pela sociedade em que vivemos do que pelos nossos corpos e nossos diagnósticos.

Então, eu já vivo neste corpo há muito tempo.

Eu sou muito apaixonada por ele.

Ele faz o que eu preciso que ele faça, e eu aprendi a usá-lo no máximo de sua capacidade, bem como vocês, e o mesmo vale para aquelas crianças daquelas fotos.

Elas não estão fazendo nada de extraordinário.

Elas só estão usando seus corpos no melhor de sua capacidade.

Então, é mesmo justo objetificá-las da forma como fazemos, compartilhando essas imagens?

Quando as pessoas dizem:

Você é uma inspiração” elas o fazem como um elogio.

E eu sei o porquê disso.

É por causa da mentira, é porque venderam-nos essa mentira, de que a deficiência torna você excepcional.

E, honestamente, ela não faz.

E eu sei o que vocês estão pensando.

Sabem, eu estou aqui, evitando ser uma inspiração, e vocês estão pensando:

Nossa, Stella, você não fica inspirada com algumas coisas às vezes?”

E a verdade é que eu fico.

Eu aprendo com outros deficientes, o tempo todo.

Mas eu não estou aprendendo que eu sou mais sortuda do que eles.

Eu estou aprendendo que é uma ideia genial usar pinças de churrasco para pegar coisas que você deixou cair.

(Risos)

Eu estou aprendo aquele truque legal, com que você pode carregar a bateria do celular, na sua cadeira de rodas.

Genial.

Nós estamos aprendendo com a força e a resistência uns dos outros, e não contra nossos corpos e nossos diagnósticos, mas contra um mundo que nos torna objetos excepcionais.

Eu realmente acredito que essa mentira que nos venderam a respeito da deficiência é uma grande injustiça.

Ela torna a vida difícil para a gente.

E aquela citação:

A única deficiência na vida é uma atitude ruim”, a razão de isso ser uma besteira é que não é verdade, por causa do modelo social da deficiência.

Ficar rindo para um lance de escadas nunca fez com que ele virasse uma rampa.

Nunca.

(Risos) (Aplausos)

Sorrir para uma tela de televisão não vai fazer as legendas aparecerem para as pessoas que são surdas.

Ficar em pé durante horas, no meio de uma livraria, irradiando uma atitude positiva, não vai transformar todos aqueles livros em braile.

Isso não vai acontecer.

Eu realmente quero viver num mundo em que a deficiência não seja a exceção, mas o normal.

Eu quero viver num mundo em que uma garota de 15 anos, sentada em seu quarto, assistindo a “Buffy, a Caça Vampiros”, não seja nomeada para ganhar alguma coisa só porque ela está fazendo isso sentada.

Eu quero viver num mundo em que não tenhamos expectativas tão baixas para com as pessoas deficientes, em que sejamos parabenizados por sair da cama de manhã e por lembrar nosso próprio nome.

Eu quero viver num mundo em que valorizamos verdadeiras conquistas das pessoas deficientes, e eu quero viver num mundo em que um garoto do 11º ano numa escola de Melbourne não fique nem um pouco surpreso que seu novo professor seja um cadeirante.

A deficiência não torna você excepcional, mas questionar-se sobre o que você acha que sabe sobre isso o faz.


Obrigada.



Fonte – Deficiente Sim, Superar Sempre